Pela primeira vez, o
gol mais bonito do ano não vem da elite do futebol mundial. Apoiado por uma
forte campanha nas redes sociais, o brasileiro Wendell Lira saiu do modesto
Campeonato Goiano, onde brilhou com uma meia bicicleta pelo ainda mais modesto
Goianésia, para brilhar em Zurique. Em uma eleição aberta com mais de 1,6
milhão de votantes, ele bateu Messi, Tevez e outros figurões, venceu o prêmio
Puskas na festa de gala da Fifa e fez história.
"É
o melhor dia da minha vida. Poder estar aqui conhecendo grandes jogadores que
são meus ídolos, que conhecia só de videogame. Queria agradecer minha família,
nação brasileira que votou em mim, minha esposa e minha filha", disse
Wendell Lira, que citou a Bíblia ao receber o prêmio.
"Queria
deixar uma passagem. Quando Golias apareceu disseram: 'ele é muito forte,
grande, não tem como ganhar dele'. Davi disse: 'Ele é muito grande, não tem
como não acertar ele'. É assim que temos de enfrentar os problemas diários em
nossa vida e é assim que agradeço", disse o jogador, que recebeu 46,7% dos
votos contra 33,3% de Messi, o segundo colocado.
O
título do brasileiro é simbólico. Antes dele, a honraria só havia sido dada a
gols marcados em campeonatos de ponta. Foi na Copa do Mundo, por exemplo, que
James Rodriguez trilhou seu caminho para ganhar a disputa no ano passado. O
mais longe do topo que o prêmio Puskas chegou desde 2009, quando foi criado,
foi o Brasileirão (com Neymar, em 2011) e o Campeonato Turco (com Stoch, em
2012).
Wendell
está tão distante do mundo de gala da Fifa que estava sem clube quando soube da
indicação. Depois do golaço pelo Goianésia no Campeonato Goiano de 2015, ele
ficou sem contrato e só arrumou emprego recentemente, no Vila Nova. Hoje ele vive
seus minutos de fama global frequentando uma festa exclusiva ao lado de nomes
como Messi, Cristiano Ronaldo e Neymar, os finalistas da Bola de Ouro.
O
caráter inusitado da escolha da Fifa fez dele uma estrela das redes sociais.
Sua vitória foi "patrocinada" por sites populares que fizeram
campanha ao longo dos meses para que ele vencesse. Como o prêmio é decidido
pelo público, Florenzi (Roma) e Messi (Barcelona) não foram páreos para o
brasileiro.
Ganhadores do Prêmio Puskas:
2009
– Cristiano Ronaldo (Portugal)
2010 – Hamit Altintop (Turquia)
2011 – Neymar (Brasil)
2012 – Miroslav Stoch (Rússia)
2013 – Zlatan Ibrahimovic (Suécia)
2014 – James Rodriguez (Colômbia)
2015 – Wendell Lira (Brasil)
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