Horas após ser eleito para a
presidência da Câmara, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) disse, na tarde desta
quinta-feira, que a votação da cassação do ex-presidente da Casa Eduardo Cunha
(PMDB-RJ) em plenário – aprovada hoje na Comissão de Constituição e Justiça
(CCJ) – acontecerá logo na volta do recesso, no início de agosto. Ele voltou a
dizer que não quer “ajudar nem prejudicar” o ex-aliado, mas que pretende fazer
a votação de forma transparente, e que terá que escolher “a semana certa” para
que haja quórum elevado, para evitar interferências contra ou a favor de Cunha.
– Assim que voltarmos do
recesso e tivermos clareza que haverá um quórum adequado. Não quero ajudar, nem
prejudicar. Quero votar de uma forma transparente e com quórum elevado, porque
qualquer votação de quórum baixo a gente sabe que poderia estar interferindo a
favor ou contra, e isso não é correto. Temos que escolher a semana certa –
disse Maia.
Ele negou a hipótese de
votar o processo contra Cunha em um fim de semana, como o próprio ex-presidente
da Câmara fez com a votação do impeachment da presidente afastada Dilma
Rousseff, que aconteceu num domingo.
– Não, de jeito nenhum –
respondeu.
Maia também se pronunciou
sobre a CPI da UNE, anulada pelo então presidente interino da Casa, Waldir
Maranhão (PP-MA).
– A CPI foi extinta, há um
recurso, vamos colocar em votação, e o plenário vai decidir – disse.
Maia é amigo do ex-ministro
Aldo Rebelo (PCdoB), que já foi presidente da UNE e trabalha contra a criação
da CPI. Em seu discurso da vitória, ontem, o novo presidente da Casa chegou a
citar Rebelo como “um grande amigo”. A Comissão foi criada em maio deste ano
pelo então presidente Eduardo Cunha, atendendo a um pedido do deputado pastor
Marco Feliciano (PSC-SP).
Rodrigo Maia disse ainda
que, durante as Olimpíadas e o período de eleições municipais, tentará construir
um “esforço concentrado” de dois dias na semana para que os parlamentares
estejam em Brasília para votar matérias importantes para o governo.
– Vamos construir uma agenda
com os deputados, debatendo um esforço concentrado dois dias da semana, para
que depois os deputados estejam livres para as eleições. Durante as Olimpíadas
também tem que trabalhar, não faz nenhum sentido o Congresso parar.
Maia afirmou que uma das
prioridades do governo é votar a PEC do teto de gastos, que ainda está na
Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) da Câmara, até hoje parada por conta
do recurso apresentado por Eduardo Cunha. O novo presidente disse que pediu a
Osmar Serraglio (PMDB-PR), presidente da CCJ, que acelere a apreciação da
matéria.
– Pedi que ele acelere esse
projeto, é um tema que interessa ao Brasil.